quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Mãe é Mãe.

Creio que essa palavra já despertou muito interesse na vida de todos os seres da face da terra, desde as épocas mais longínquas até os dias de hoje. Mas não redigi este texto pensando em refletir a respeito do amor pelo outro, por uma menina, um menino... Enfim, o que não deixa de ser o assunto deste texto, mas sim a respeito do amor de Mãe.

Complicado de falar a respeito disso, pois vou ser sincero, eu nunca soube enxergar esse ato que a minha mãe sempre teve comigo, passei praticamente 20 anos de toda a minha vida achando que era pura bobagem...  Um “cisma” que a minha mãe tinha, achando que era louca etc. Mas creio que grande parte dessa “cegueira” em enxergar o óbvio sempre foi um relacionamento conflituoso que tive com ela, mas como não estamos vivos aqui na Terra á toa e eu nem faço questão de saber o porque estou aqui (já fiz isso e quase pirei), então prefiro viver bem e procurar ver os lados bons de cada coisa que está ao meu redor. Ressalto que isso não deve levá-los a crer que meu relacionamento com a minha mãe hoje em dia é bom, muito pelo contrário, está apenas começando a ser bom faz pouco tempo...

Mas o objetivo desta reflexão não foi para falar sobre meu relacionamento com ela e sim o SENTIMENTO de amor que todas as mães têm, muito cuidado nessa hora... Estou considerando uma mãe de verdade, não esses trapos de gente sem escrúpulos que são capazes de jogar o filho dentro de um saco de lixo e arremessá-lo em rios e tantos outros casos que já vimos na mídia.

Posso começar esse texto afirmando que comecei a perceber a importância de uma boa relação com a minha mãe, a valorizá-la, dar a devida importância, no momento em que parei comigo e disse: “Bom vamos do início, como é esse sentimento dela para comigo?”.

Vejam bem vou dar um exemplo bem besta.

De vez em quando faço algumas compras pela internet, e digo que a pior parte é quando o meu produto começa demorar a chegar, meu Deus que inferno isso! Ou senão quando você está à espera daquele resultado de uma prova de concurso público ou de vestibular, imagina só, você tão ansioso esperando ver aquele resultado do seu esforço e sacrifício sendo concretizado em forma de nota.

Agora pense numa mãe que dia após dia vê a sua barriga crescendo, sabendo que ali dentro está se desenvolvendo o seu filho... O seu herdeiro, que ali vai ser a sua casa por longos Nove meses (uns mais outros menos), imagine a ansiedade e a vontade de apressar logo o tempo e ver aquele bebê, apreciar os seus traços e semelhanças (em certos casos semelhanças com pessoas que nem são da família rsrsrs) e que é o resultado de uma vida inteira de uma mãe (apesar de que hoje vemos mães aos 12 anos rs)... Sim é agonizante isso, eu confesso que se fosse comigo ia querer “tirar do forno” antes da hora.

Lembro da minha mãe comentando comigo quando era pequeno que queria que eu nascesse forte, com saúde e bem arteiro como ela diz... O engraçado é que esse papo mudou quando eu entrei na adolescência, mas tudo bem.

Passado este primeiro momento, então surge o convívio em si. Resumindo tudo por que eu acho que todos já passaram pela prova de ser filho de alguém uma vez na vida. A nossa mãe só quer o nosso bem e se preocupa por tudo, na sua intensidade. Não conheço uma mãe de um amigo que não é desse jeito, repito, cada uma a seu modo e intensidade.

Minha mãe desde quando eu era pequeno sempre se preocupou em fazer com que não me faltasse nada, com que eu não me aborrecesse com nada e sempre repetia que quando me via feliz, era como se estivesse ganhando algo... Um troféu, ou, ganhando a sua felicidade. Concordo em partes com isso, pois 99% das discussões com ela foram da minha indignação em tamanha proteção que ela demandava em cima de mim e ainda demanda pra ser sincero rsrs...

Há de se pensar que para ser mãe não pode ser qualquer pessoa, mãe é aquela em que te ajuda mesmo você sendo o pior sujeito do mundo (pergunte a mãe do Fernandinho Beiramar ou do Lindenberg Alves da Silva se elas acham o filho delas feio ou horrível, elas dirão que ele é um doce), mãe está sempre do lado do filho apoiando ele e dando forças, e tenho a PLENA CERTEZA de que é a ÚNICA que te apóia nos momentos mais difíceis da sua vida, eu aposto tudo nisso, nem aquele seu amigo que diz que nunca vai acabar a amizade... que vocês se abraçam bêbados e dizem que serão amigos para sempre, nem a sua esposa ou namorada que sempre lhe diz que te apóia etc. Mãe é única e especial e só ela tem essa “usina” de motivação e energia para repor o seu filho nos momentos mais difíceis da sua vida, eu mesmo já presenciei no mínimo 3 casos assim e estou presenciando um desde o ano passado... Temos casos que a mãe para salvar um filho drogado, o prendeu com correntes para não morrer na mão dos traficantes, amor de mãe é fogo! Mãe dá parte da sua própria vida pelo seu grande e único amor que é o seu filho. Não têm precedentes e nem final. Cada um tem a mãe que merece, repare, é igual uma peça de quebra-cabeças... Um se encaixa perfeito no outro. Às vezes até chego a pensar que os heróis de quadrinhos são baseados nas mães desse mundo, por que creio que poucas pessoas são heróis iguais elas, heróis por que chegam a ter até 3 empregos no mesmo dia chegando em tarde só de madrugada para poder dar educação aos seus filhos e dar-lhes um prato de comida e por ai vai.

Eu gostaria apenas de dar uma felicidade a minha mãe, fazendo-a ver que valeu a pena esquecer até de si mesma por desejar a minha vitória, me parece que esse é o sentido dela... O seu norte. E no final saber que tudo valeu a pena pelo seu filho, vibrando com as conquistas alcançadas e esquecendo até dos seus méritos. É minha gente, ser mãe nesse mundo é uma negação do orgulho, ego, raiva, tristeza e tantos outros sentimentos baixos do ser humano que seria preciso muitas, mas muuitas vidas para poder equivaler em reforma íntima, os avanços de uma mãe. Pare e pensem um pouco, reflitam todo o esforço que já foi feito por ela até você estar aqui hoje lendo este texto.

"Amamos as nossas mães quase sem o saber e só nos damos conta da profundidade das raízes desse amor no momento da derradeira separação." - Guy Maupassant


Mãe é mãe, um forte abraço e bom carnaval a todos!

Marcello Balido Amado

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A respeito do respeito.

Há tempos venho refletindo sobre as mudanças que o ser humano sofreu em termos de atitudes e pensamentos, e digo mais, não só o ser humano mas a sociedade e o mundo em que vivemos. Quando olho hoje em dia tantas campanhas contra o aborto, queimadas, preservação da natureza, doações (sérias), campanhas contra o cigarro e tantas outras atitudes que sempre estiveram embaixo do nosso nariz, porém nunca havíamos sequer tomado uma atitude para frear o acontecimento de tais atos.

Digo isso, pois infelizmente ainda existe uma pequena parcela das pessoas que se iludem achando que o certo é ser “esperto”. Infelizmente é uma pena.

Vejam o que aconteceu comigo.

Acordei para ir para o estágio as 5h30, como a imensa maioria dos brasileiros acorda nesse horário, tomei meu café me arrumei e sai para pegar o ônibus. Como de costume o ônibus neste horário já está bem lotado e quem pega ônibus assim deve saber de qual tipo de ônibus lotado estou me referindo, é aquele em que ficamos uma pessoa colada na outra igual sardinha em lata, então fiquei de pé esperando vagar um lugar, pois estava com uma mochila relativamente pesada nas mãos e na outra estava com documentos do estágio, mas nem liguei e fiquei olhando a paisagem dos lugares de São Paulo onde o ônibus passava que por sinal adoro fazer isto... Fico maravilhado!

Quando chegamos à altura da Avenida Paulista, uma senhora que estava a minha frente se levantou para descer no ponto, pensei feliz comigo: “Poxa vida agora sim vou sentar e poder leu meu livro que trouxe” (O livro era: COMO EVITAR PREOCUPAÇÕES E COMEÇAR A VIVER – Dale Carnegie). Engano meu... Uma mulher do tipo “esperta” que estava um pouco perto de mim, passou correndo empurrando os outros e por conseqüência me empurrou também, e sentou na minha frente sem pestanejar, ficou tranqüila sentada ouvindo a sua música no celular (sim era no celular para todos ouvirem, por que afinal uma música de Funk carioca em plena 6h da manhã é super agradável aos ouvidos de todos que estão indo trabalhar).

Diante disto fiquei parado e analisando o fato, como será que essa pessoa faz uma coisa dessas e acha normal? Vocês podem estar se falando: “Ah, mas Balido me desculpe, mas temos que ser ESPERTOS!” O palavrinha maldita, te contar viu... Espertos, isso mesmo, espertos com o deficiente físico que precisa do seu lugar VAGO no transporte público, espertos com o senhor(a) de idade que enfrentou filas a vida toda e só exerce o seu direito ao pegar a fila especial nos bancos e demais estabelecimentos, espertos com a mulher grávida que necessita de uma vaga em um hospital público, espertos como o político corrupto que não se abala nem um pouco em desviar verba, espertos como uma parcela das nossas polícias que a propina funciona mais como uma “renda-extra” para pagar os estudos dos filhos e coisas do tipo, e etc.

Vamos pensar no que estamos fazendo conosco e com as pessoas ao redor, depois do ocorrido eu confesso que perdi a vontade de sentar e fiquei só pensando nisso, penso eu que a sujeita deve ter sido criada ouvindo um discurso mais ou menos assim: “É minha filha, no país que agente mora, tem que ser esperto mesmo senão os outros pisam na gente... Como diz o ditado, camarão que dorme a onda leva!” E daí para baixo, aqueles que acham que estou exagerando por um simples lugar para sentar no ônibus, que se lembre que nunca vão conseguir mudar o mundo inteiro sem mudar nas pequenas ações de cada um. A diferença entre roubar um clipe e um banco só está nos objetos roubados, por que o ato é o mesmo.


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Abraços!

Marcello Balido Amado